sábado, 13 de agosto de 2016

De novo, sobre o diploma



Texto publicado inicialmente em meu perfil no Linkedin.

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Estava lendo hoje a publicação do grande Rodrigo Galindo, presidente da Kroton Educacional, sobre o valor de um diploma em uma época de desemprego. Concordo sim com ele, principalmente com a condição que ele colocou no fechamento do texto: "Sozinha, uma graduação não garante o emprego dos sonhos, especialmente logo após o ensino médio, ou assegura a tão esperada promoção. Há diversos outros fatores individuais e sociais que impactam o desenvolvimento de uma carreira, mas os números mostram que o diploma agrega um valor considerável ao projeto de vida do estudante, seja propiciando aumento satisfatório de renda, seja protegendo o emprego em cenários macroeconômicos adversos."

Uma coisa que gosto quando me interesso por um artigo no Pulse é ler os comentários. Por mais que o Influencer seja bom e preciso em sua pontuação, os comentários costumam ser frequentados por pessoas que têm experiência e podem complementar o raciocínio. Neste artigo, de forma especial, trouxeram ao debate que uma época de crise tem também trazido muitos a empreenderem, mesmo que na informalidade, e o empreendedorismo é uma qualidade que infelizmente as universidades ainda estão capengas em fornecer. 

Também chamou a atenção a necessidade constante de atualização. Não basta o diploma, já dizia o "patrão" Galindo; é preciso continuar, sempre e sempre, até por que o ambiente de trabalho tem mudado muito, e mesmo para os acomodados as mudanças têm sido impactantes, dia após dia.

Como Tutor/mediador no ensino à distância, noto que lidar com uma nova turma a cada semestre é encontrar sempre esta dinâmica da busca pelo diploma: ele, sozinho, não fará nada, principalmente em épocas de crise, dado que o que se pede hoje é o saber-fazer-e-fazer. Aliado na caminhada rumo à colação de grau faz-se necessário uma mudança de mentalidade, desta vez orientada ao empreendedorismo, mesmo que interno, e a disposição constante para o aprendizado de novas ferramentas que permitirão manter a empregabilidade alta. A busca por experiência através de estágios, ou mesmo assimilar conhecimentos em áreas correlatas, para enriquecer a experiência, são boas dicas. Mas a consciência de que já não estamos numa época de títulos e rótulos (apesar de nossa cultura do diploma) é no mínimo uma boa característica do aluno de sucesso. O que faço como alguém mais velho e já ter percorrido o mesmo caminho é motivar na caminhada, mas sem confiar unicamente no canudo.