segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Novos Caminhos... sempre é tempo


É um livro inspirador. O empresário Abílio Diniz em "Novos caminhos, novas escolhas" relata um pouco do seu caminho de vida enquanto empresário, de sua experiência pessoal, o caminho de mudanças e os pilares que sustentam a sua vida e que lhe conferem qualidade de vida. Mesmo que você não simpatize com ele, é uma leitura interessante. Não é um livro para empresários, mas para quem sabe o valor das mudanças em suas vidas.



O que me atrai nele é sua paixão pelo trabalho. Entendo que ele não chegaria longe se não fosse o cara aguerrido e lutador, brigão e confiante. O fato de ser um cara arrogante e autossuficiente é o de menos neste caso, e ele mesmo fez questão de reconhecer que isto para ele lhe trouxe problemas e foi difícil trabalhar para que não arruinasse sua vida em nova fase. Eu gosto de trabalhar, gosto de produzir, e mesmo em um hobby eu sinto uma felicidade tremenda em ver meu sangue "escorrendo" na minha produção, e a capacidade de crescer e ser alguém relevante é recompensadora. E olhem que estou em um nível terrivelmente inferior ao dele!

Um segundo ponto em que me identifiquei com ele foi quando ele se referiu à psicoterapia. Durante muitos anos ele já havia passado pelo divã não para curar uma doença de ordem mental, mas para trabalhar já esta jornada do autoconhecimento. Anos depois ele voltaria para a terapia por conta do sequestro que o acometeu em 1989. Acho importante isto pois para muitos a busca por um psicólogo está vinculada a um trauma, uma doença ou mesmo uma fraqueza. Mas não: o profissional desta área é perfeitamente capaz de ajudar àquele que está numa jornada de autoconhecimento e redefinição do sentido da vida. Não é frescura imaginar ou desejar resetar a vida, principalmente quando ao seu redor você se percebe desajustado ou sem sentimento de pertença.

O último ponto tem a ver com os pilares que Abílio tem para a sua vida, e lhe conferem qualidade. São eles a Atividade física, a alimentação saudável, o controle do estresse, o amor, os relacionamentos e a fé. No livro ele dedica um capitulo para cada pilar.

Estes pilares são perfeitamente aplicáveis em nossas vidas, respeitando as individualidades. Para alguns seria possível fazer ajustes, mas o que importa é que de um lado estão a saúde do corpo e da alma, de outro está a afetividade e a comunidade, e atravessando isto tudo está a fé sobrenatural. É, de certa forma, um caminho de vida que encontrei e que em 2017 ficou mais evidente como um guia para uma vida plena de sentido.

Para finalizar: Abílio Diniz não é um garoto. Estas mudanças poderiam ocorrer normalmente com ele, mesmo sendo alguém "normal" e sem ter passado por um trauma como o do sequestro ou da divisão da família. Eu até acredito que a própria idade, com a maturidade, vai nos fazendo pessoas mais simples, e a busca por uma satisfação com o que valha a pena "perder tempo" vem a ser a chave de interpretação da vida, da história. Eu me identifiquei com ele, pela paixão ao trabalho (apesar de mentalmente ser alguém medroso e ansioso) e por encontrar nestes pilares uma forma de gerir a vida com qualidade. Indico a leitura do livro e acima de tudo, indico que vivamos a vida com simplicidade e valorizando as pequenas coisas, pois nelas estão as grandes joias de nossa existência.

Ah! E toda mudança demanda tempo, esforço e disciplina, ok?

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sábado, 20 de janeiro de 2018

Adversidades e crescimento pessoal


Por esses dias eu resolvi dar uma limpeza geral nas minhas redes sociais, eliminando inscrições e curtidas que na verdade representavam um período para o meu foco e boa utilização do meu tempo. Como sou uma pessoa extremamente curiosa acabo por possuir muita coisa acumulada, mas que numa análise de ordem prática prejudica de forma que as coisas realmente necessárias estejam em evidência. Mesmo que algumas das redes sociais sejam para mim uma ferramenta para diversão e distração, tomei um compromisso de utilizá-la de forma mais objetiva, agora para evitar o desperdício de tempo.

Mas enfim, descobri (isso mesmo, descobri) que estava inscrito no canal de um camarada de vida financeira e profissional acima da média, e que utilizava esta rede social para partilhar experiências e sugestões para o desenvolvimento pessoal. De início não gostei dele, ele me lembra o personagem Tony Stark, do Homem de Ferro, por quem tenho uma antipatia insuperável. Mas enfim, ele foi aos poucos me conquistando pelo exemplo pessoal transferido pelas palavras. E vejam que ele nem é um grande orador (ou então eu ainda não superei a antipatia por ele).

Em determinado vídeo ele remete às adversidades da vida. Esta intervenção se deu numa crítica que fazia às pessoas que acreditam em um sucesso rápido, barato, fácil. Em sua experiência de vida está presente o início precoce no empreendedorismo, em algumas perdas e ganhos, e que o sucesso presente - principalmente financeiro - fora conquistado às custas de sacrificar a própria relação com o filho. Para este autor o sucesso só é percebido pelos outros quando estamos no topo, e ninguém nota a nossa escalada, as nossas dores e lágrimas; por isso muitos desistem nos primeiros obstáculos.

Como lidar com a adversidade vai direcionar o nosso sucesso. Diante das adversidades podemos sucumbir, postergar, procrastinar, lamentar e correr os riscos de doenças de ordem psicológica e empurrar a vida com a barriga;; ou então podemos lutar. A adversidade é um momento de “crise” na vida de homens e mulheres, e dela nunca sairemos iguais.

Muitas pessoas, quando chamadas a refletirem sobre a adversidade, podem pensar: “a minha vida toda é de adversidade, eu nunca estou em paz” e daí podemos convidá-las a uma análise sobre o quanto estão reagindo e aprendendo como cada uma delas.

Foi uma tarde de domingo produtiva, onde também parei para avaliar as adversidades pelas quais passo e passei, e cada aprendizado. Recordei-me de uma frase que ouvi ainda na faculdade, e buscando na internet trago agora para vocês:

"As únicas desgraças completas são as desgraças com as quais nada aprendemos. "

( William Ernest Hocking )

sábado, 13 de agosto de 2016

De novo, sobre o diploma



Texto publicado inicialmente em meu perfil no Linkedin.

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Estava lendo hoje a publicação do grande Rodrigo Galindo, presidente da Kroton Educacional, sobre o valor de um diploma em uma época de desemprego. Concordo sim com ele, principalmente com a condição que ele colocou no fechamento do texto: "Sozinha, uma graduação não garante o emprego dos sonhos, especialmente logo após o ensino médio, ou assegura a tão esperada promoção. Há diversos outros fatores individuais e sociais que impactam o desenvolvimento de uma carreira, mas os números mostram que o diploma agrega um valor considerável ao projeto de vida do estudante, seja propiciando aumento satisfatório de renda, seja protegendo o emprego em cenários macroeconômicos adversos."

Uma coisa que gosto quando me interesso por um artigo no Pulse é ler os comentários. Por mais que o Influencer seja bom e preciso em sua pontuação, os comentários costumam ser frequentados por pessoas que têm experiência e podem complementar o raciocínio. Neste artigo, de forma especial, trouxeram ao debate que uma época de crise tem também trazido muitos a empreenderem, mesmo que na informalidade, e o empreendedorismo é uma qualidade que infelizmente as universidades ainda estão capengas em fornecer. 

Também chamou a atenção a necessidade constante de atualização. Não basta o diploma, já dizia o "patrão" Galindo; é preciso continuar, sempre e sempre, até por que o ambiente de trabalho tem mudado muito, e mesmo para os acomodados as mudanças têm sido impactantes, dia após dia.

Como Tutor/mediador no ensino à distância, noto que lidar com uma nova turma a cada semestre é encontrar sempre esta dinâmica da busca pelo diploma: ele, sozinho, não fará nada, principalmente em épocas de crise, dado que o que se pede hoje é o saber-fazer-e-fazer. Aliado na caminhada rumo à colação de grau faz-se necessário uma mudança de mentalidade, desta vez orientada ao empreendedorismo, mesmo que interno, e a disposição constante para o aprendizado de novas ferramentas que permitirão manter a empregabilidade alta. A busca por experiência através de estágios, ou mesmo assimilar conhecimentos em áreas correlatas, para enriquecer a experiência, são boas dicas. Mas a consciência de que já não estamos numa época de títulos e rótulos (apesar de nossa cultura do diploma) é no mínimo uma boa característica do aluno de sucesso. O que faço como alguém mais velho e já ter percorrido o mesmo caminho é motivar na caminhada, mas sem confiar unicamente no canudo.

domingo, 10 de abril de 2016

A mística do Débito e Crédito no ensino de Contabilidade



Eu não sei ao certo se este título é exagerado para o que eu quero, porém é sabido que num curso de Ciências Contábeis o ensino da disciplina Contabilidade Geral traz ao aluno a possibilidade de mergulhar na lógica própria que pertence a esta Ciência milenar, que no Brasil conheceu nomes dos mais ilustres e capazes, dos quais cito o saudoso professor Antônio Lopes de Sá. Mas a verdade é que falar em Débito e Crédito é para qualquer professor uma experiência no mínimo marcante.

Não que exista uma fórmula mágica para ensinar Débito e Crédito; creio que existam professores com tamanha facilidade em sua didática que a aula flui com facilidade; outros, talvez engessados ou excessivamente preocupados acabam por nivelar o tema por base naqueles que ainda não adentraram no "espírito da coisa". O que existe no ensino de Débito e Crédito, na minha opinião, é um conjunto de informações acerca do que seja a Contabilidade e também sobre os elementos que compõem a estrutura de um Patrimônio, senão vejamos:

O Patrimônio de qualquer entidade é, basicamente, o conjunto dos Bens, Direitos e Obrigações. Os dois primeiros precisam contrabalançar com o último, como uma Balança. A Contabilidade trabalha com o equilíbrio, com a sintonia dos itens, graças a outra "descoberta" medieval: o Método das partidas dobradas, que ensina que para cada Débito (representando uma aplicação ou efeito) existe um outro crédito (ou origem ou causa) de mesmo valor. Daí começamos a falar em Débitos e Créditos.

Os Bens e Direitos são, por natureza, "Aplicações" de recursos, ou seja, compõem a parte Positiva de um Patrimônio e ali qualquer entidade aposta seus esforços. Já as obrigações são "Origens" dos recursos obtidos, e que representam um dever de dar, fazer ou entregar algo que diminua ou quite tal obrigação. Daí poderíamos avançar para o que conhecemos por "Ativo" e "Passivo" num Patrimônio.

Mas quando falamos em debitar e creditar, não falamos em subtrair ou adicionar valores aos elementos patrimoniais. Precisamos, antes, entender que os Bens e Direitos possuem uma Natureza "Devedora", por serem Aplicações; as obrigações têm natureza "credora" por serem Origens.

Ora, se um grupo de contas no meu Patrimônio possui uma determinada natureza, tudo aquilo que impulsionar o seu valor será de mesma natureza (é assim na Contabilidade). Por exemplo: Se as Obrigações possuem natureza Credora - por serem Origens dos recursos -, logo, seus saldos serão majorados a partir de novos créditos; de outro lado, sempre que eu precisar diminuir o valor de uma obrigação precisarei fazer um débito em sua conta.

Um exemplo clássico é a conta Caixa de uma empresa. Qualquer aluno que ingressa na Faculdade de Ciências Contábeis já tem uma ideia de que lá vai ser tudo o contrário: "contabilidade quando o dinheiro sai do Caixa a gente credita, e quando entra a gente debita". Ora, se o aluno já fixasse seu entendimento nesta máxima, muitas questões seriam resolvidas com facilidade!

Sim, o Caixa de uma empresa, por ser um bem, tem natureza Devedora. Então por isso que sempre lanço um Débito no Caixa quando este valor representa um ingresso de divisas, e Credito tal conta quando tenho diante de mim uma saída de dinheiro. Em ambos os casos vou precisar depois somente me preocupar em conhecer que conta será a contrapartida, já sabendo que será de "sinal invertido" (se debitei o caixa então credito a sua contrapartida, ou vice-versa), sabedor de que a Contabilidade trabalha com o Método das partidas dobradas.

Então, a ideia deste breve artigo é demonstrar o quanto uma pequena parte de uma disciplina pode representar muito no aprendizado de um aluno de Ciências contábeis. Saber debitar e creditar representa, antes, entender a dinâmica patrimonial e a sua estrutura. A partir daí diverso conhecimento pode ser agregado, que será de muita utilidade não somente na escrituração dos fatos contábeis, mas no entendimento e resolução de diversas tarefas cotidianas ligados a eventos financeiros.